Glândulas de Tyson

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Você finalmente conseguiu resolver sua fimose, mas ao retrair o prepúcio deu de cara com um monte de bolinhas claras ao redor da cabeça do pênis?

Calma. Entenda o que são glândulas de Tyson, se elas têm ou não alguma função, e se é possível ou realmente desejável fazer elas desaparecerem.

O que são glândulas de Tyson?

As glândulas de Tyson são pequenas protuberâncias que se manifestam em fileira ao redor da glande, com dimensões de, no máximo, alguns poucos milímetros.

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Glândulas de Tyson

Normalmente elas se situam ao redor da coroa (base da glande), mas podem também aparecer no sulco (depressão entre a glande e o corpo do pênis) e, muito raramente, se estender sobre o restante da glande.

Pelo fato de terem o aspecto de bolinhas esbranquiçadas (como minúsculas pérolas), são chamadas pápulas penianas peroláceas.

Devido a seu aspecto um tanto quanto anormal, essas bolinhas são às vezes confundidas com doenças sexualmente transmissíveis, como infecções verrugosas causadas pelo vírus HPV.

Na realidade, as glândulas de Tyson são uma manifestação completamente benigna, e não dependem da higiene pessoal nem da vida sexual do indivíduo, sendo uma característica puramente genético-fisiológica.

Elas são comuns?

A taxa de ocorrência das bolinhas na glande foi estimada entre 14% e 48% da população masculina, com uma maior incidência em homens negros e uma menor incidência em indivíduos circuncidados (sem prepúcio).

Elas se manifestam predominantemente entre a puberdade e o auge da vida adulta, tendendo a diminuir de tamanho e até mesmo desaparecer espontaneamente a partir da meia-idade.

É possível removê-las?

As glândulas de Tyson não representam nenhum risco à saúde, mas alguns homens ou suas parceiras podem considerá-las esteticamente desagradáveis. É possível sim removê-las, mas, como qualquer intervento médico-cirúrgico, existe sempre algum risco de ocorrência de imprevistos. Existem médicos que desaconselham sua remoção, a não ser que elas estejam realmente causando sérios problemas ao paciente.

A remoção pode ser feita em clínica médica, com anestesia local, via eletrocauterização (forma mais tradicional) ou laser de CO2 fracionado (procedimento moderno que vem sendo cada vez mais utilizado, principalmente por dermatologistas). A eletrocauterização pode, eventualmente, apresentar alguns efeitos colaterais indesejáveis como ressecamento, rachaduras e fissuras.

Não tente eliminá-las com a aplicação de substâncias (remédios, pomadas, ácidos), você poderá se fazer mal além de com certeza não conseguir removê-las satisfatoriamente.

Mas elas têm alguma função?

A rigor, as "glândulas" de Tyson não são glândulas, ou seja, elas não produzem nem secretam nenhuma substância. Elas se chamam assim porque um sujeito chamado Edward Tyson, lá no século XVII, foi o primeiro a registrar a existência dessas estruturas, que foram erroneamente consideradas como sendo glândulas sebáceas.

Estudiosos acreditam que essas pápulas sejam uma versão atrofiada de estruturas semelhantes a "espinhos", que vários primatas possuem nessa mesma região do pênis.

Pênis felino
Espinhos em pênis de gato

Nas espécies animais cujo pênis é equipado com espinhos plenamente desenvolvidos, os mesmos têm a função de "prender" o pênis ao interior do orifício da fêmea, aumentando a probabilidade de fecundação. Mas no caso dos seres humanos isso obviamente não acontece, devido ao fato de as pápulas serem apenas pequeníssimas protuberâncias, sem comprimento e rigidez.

Existem controvérsias, entretanto, se nos seres humanos as glândulas de Tyson poderiam eventualmente chegar a proporcionar mais prazer à mulher durante o ato sexual.

Mitos

1. É contagioso!

Falso.

2. Ela vai achar isso feio…

Depende, gosto é relativo. Mas a maioria nem nota.

3. As glândulas de Tyson produzem esmegma.

Falso. De qualquer forma, também existem mitos infundados relativos ao esmegma.

Referências

- Körber A, Dissemond J (2009). Pearly penile papules. CMAJ, 181(6-7):397.
- Pattman R, Snow M, Handy P, Elawad B. Oxford handbook of genitourinary medicine, HIV, and AIDS, Volume 13.
- Parkash S, Jeyakumar (1973). Human subpreputial collection: its nature and formation. J of Urology, 110(2):211–212.
- Wright J (1970). How smegma serves the penis: Nature's assurance that the uncircumcised glans penis will function smoothly is provided by smegma. Sexology (New York), 37(2):50–53.​