Fimose: o que fazer?

tratamento

Como tratar? Precisa mesmo fazer cirurgia? Essas são as perguntas mais feitas na internet sobre o tema da fimose.

Antes de falar sobre o tratamento da fimose, precisamos ter certeza que você entende bem o que é fimose e quais são suas diferentes causas.

Clique aqui se quiser já saber quais são as diversas opções de tratamento

Recapitulando…

Fimose é a impossibilidade ou dificuldade de se expor a glande ("cabeça" do pênis). Todos os meninos nascem com algum grau de fimose, que tende a se resolver espontaneamente ao longo da infância.

Em alguns casos, entretanto, a região mais fibrosa da abertura prepucial continua não permitindo a passagem da glande, fazendo com que a fimose persista até à adolescência ou idade adulta. Nesse caso, a fimose é chamada de fisiológica (ou congênita, pois já se nasceu com ela).

Outras vezes, no entanto, a fimose ocorre na idade adulta, como consequência de uma infecção ou lesão do prepúcio. Na região afetada (normalmente próxima à abertura prepucial) são formadas cicatrizes que tendem a endurecer ao longo do tempo, formando uma espécie de anel cicatricial. Por ser rígido, esse anel acaba dificultando ou impedindo a descoberta da glande. Nesse caso a fimose é chamada de patológica ou adquirida.

Além da fimose ser classificada em dois tipos (fisiológica ou patológica), ela também pode ser classificada em diversos graus de intensidade, de 1 (fimose leve) a 5 (fimose severa).

Antes de pesquisar sobre a cura da fimose, procure saber que tipo de fimose será tratada, e qual seu grau de severidade.

Diagnóstico!

É importante procurar um médico para um diagnóstico credenciado. Depois que o diagnóstico for recebido, aí sim você poderá refletir sobre o tratamento.

Muitas vezes acontece que os homens negligenciam sua fimose, o que, especialmente no caso da fimose patológica, pode se revelar uma péssima decisão.

Adiando o diagnóstico, o grau da fimose pode aumentar até que o estreitamento seja realmente limitador, podendo inclusive degenerar a casos extremos de parafimose.

Por isso, é importantíssimo procurar auxílio médico para obter um diagnóstico correto o quanto antes: quanto mais você esperar, mais ações urgentes poderão vir a ser necessárias.

As 4 linhas de ação

Eis uma lista das formas atualmente disponíveis de se afrontar a fimose:

1. Pomadas corticoides

Uma forma bastante conhecida para o tratamento da fimose são as pomadas corticoides (Betnovate, Postec, entre outras). Para saber mais sobre esse tópico, consulte o artigo dedicado a pomadas para fimose.

Em resumo, podemos dizer que, embora para a fimose congênita em crianças haja estudos que comprovem a utilidade e o valor dessa forma de tratamento, não há pesquisas que comprovem resultados favoráveis na idade adulta e, especialmente, na fimose adquirida. A diferença reside precisamente no tipo de fimose: na congênita, a fibrosidade da pele ainda é capaz de ser revertida com a ação da pomada; na fimose adquirida, entretanto, o anel cicatricial é rígido demais para que esse tipo de tratamento funcione.

2. Exercícios de alongamento

Exercícios manuais de alongamento da abertura prepucial podem ser muito úteis para adolescentes que ainda possuem fimose fisiológica, dependendo de seu grau de intensidade e da rigidez da pele. Em outros artigos cobrimos em detalhes por que esse tipo de tratamento funciona, como fazê-lo e os principais erros a serem evitados. O mais perigoso deles é o de usar muita força, o que pode piorar ainda mais a situação caso a pele venha a ser lesionada (mesmo que a nível microscópico), devido à formação de pequenas cicatrizes. Em outras palavras, a fimose pode passar a ser não somente fisiológica, mas também patológica (adquirida).

Dependendo do grau de intensidade da fimose fisiológica e da rigidez da pele, esses exercícios podem não ser suficientes ou requerer um tempo de tratamento muito longo. Para a fimose adquirida, eles não são indicados porque o anel fimótico cicatricial é normalmente rígido demais para que o tratamento seja viável, além de ser suscetível a novas inflamações devido ao excessivo contato com os dedos.

3. Aparelhos

Em outros países têm sido cada vez mais utilizados aparelhos específicos para o tratamento da fimose (mesmo daquela adquirida), com os médicos indicando a circuncisão somente quando absolutamente necessário. Essa atitude tende a se tornar cada vez mais frequente também no Brasil, à medida que eles forem sendo disponibilizados no mercado brasileiro.

A ação desses dispositivos se concentra nas células inelásticas do tecido fimótico que, graças a um leve e constante processo de dilatação, se afastam umas das outras e abrem espaço para a formação de novas células elásticas. Glansie, por exemplo, é um aparelho do tipo fórceps fabricado inteiramente em aço inoxidável que proporciona o alargamento do anel fimótico com facilidade e higiene.

Os aparelhos de alargamento não devem ser utilizados em crianças.

4. Intervenção cirúrgica

A abordagem mais difundida para a fimose é a cirurgia de postectomia (circuncisão), ou seja, a amputação cirúrgica do prepúcio. Ela é uma operação realizada sem necessidade de internação, e o tempo de recuperação pós-operatória é de aproximadamente um mês.

Se o seu problema é freio curto, a cirurgia indicada não é a postectomia, e sim a frenuloplastia.

Uma postectomia total resolve definitivamente o problema da fimose. No entanto, existem controvérsias quanto à sua execução indiscriminada devido à perda irreversível do prepúcio (que é um tecido funcional) e a possíveis sequelas psicológicas (principalmente em crianças). Também vale lembrar que, como qualquer cirurgia, existe sempre a possibilidade (ainda que remota) da ocorrência de erros médicos e complicações pós-cirúrgicas.