Frenuloplastia

cirurgia adulto

Um freio ("cabresto") muito curto pode restringir a retração normal do prepúcio, principalmente durante ereções. Ou pode causar irritações e até lacerações, devido ao fato de ficar muito esticado.

Se você sofre com essa condição, talvez tenha chegado a hora de finalmente liberar o cabresto: conheça a frenuloplastia.

Frenuloplastia: um procedimento minimamente invasivo

A frenuloplastia tem obtido resultados satisfatórios na resolução de problemas relacionados a freio breve ou lesionado. Ela é um procedimento relativamente simples, que pode ser executado com local. Normalmente é empregado um dos dois métodos a seguir:

Método 1

Execução de incisão (corte) que libera o freio e permite que ele seja estendido por um comprimento maior. Normalmente é feito um corte em forma de V, que é então alongado e costurado em Y, com o freio tendo seu comprimento aumentado de 1 a 1,5 cm. Em alguns casos, um corte em Z pode ser mais apropriado. Já a simples divisão do freio por um corte horizontal acaba produzindo resultados menos satisfatórios, e não é tão recomendada. Para a costura, são normalmente usados pontos que se dissolvem sozinhos após uma semana ou um pouco mais.

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Método 2

Aplicação de pontos horizontais absorvíveis bem apertados (tie-ups) que no decorrer de uma semana cortam o freio, liberando-o. O pós-operatório pode ser um pouco mais doloroso do que o procedimento anterior (principalmente a primeira noite), mas em compensação a recuperação total é um pouco mais rápida.

Parece complicado, mas não é. Já ouviu falar de alguém que teve o freio rompido durante as relações sexuais? Pois é, isso pode acontecer quando o freio é curto demais. E no fundo acaba sendo uma liberação de freio por acidente, bem mais dolorosa e com resultado estético e funcional pior do que a feita por um médico. Mas se o indivíduo cuidar bem da ferida, depois de um tempo ela acaba cicatrizando com o freio rompido, porém mais "livre".

Frenulotomia (Frenulectomia)

A amputação do freio (frenulotomia ou frenulectomia) é um procedimento ainda mais simples e barato (para o cirurgião, mas não necessariamente para o paciente) do que a frenuloplastia. Por isso alguns médicos, às vezes por mera comodidade, preferem remover completamente o freio alegando que isso previne a sobra de tecido inútil remanescente. O que eles provavelmente não vão lhe dizer é que a maioria das terminações nervosas táteis do pênis está concentrada no freio e adjacências, e que a sua amputação irá privá-lo de uma série de estímulos sensoriais. Além disso, a remoção de tecido gera a possibilidade de dano aos nervos remanescentes abaixo daquilo que foi retirado.

Resumindo: você provavelmente vai perder boa parte da sensibilidade na região, mas corre um pequeno risco de ficar com uma terminação nervosa exposta e ir para o extremo oposto, ou seja, ter uma indesejável hipersensibilidade.

É claro que em casos extremos, como quando o tecido do freio apresenta alguma inflamação crônica, por exemplo, a remoção completa pode ser inevitável. Mas se o seu problema for simplesmente um freio curto e você decidir operar, pergunte ao médico se o que será feito será uma frenuloplastia e não uma frenulectomia. Se ele não souber do que você estiver falando, talvez seja o caso de procurar outro profissional.

Referências

- Rajan P, Mcneill S, Turner K (2006). Is Frenuloplasty Worthwhile? A 12-Year Experience. The Annals of The Royal College of Surgeons of England, 88(6):583-4.
- Camara F, Dias A. Frenuloplastia bálano-prepucial e frenulotomia: estudo comparativo. UNESP.
- McGrath K (2001). The frenular delta: a new preputial structure. Em: Denniston GC. Understanding Circumcision: A Multi-Disciplinary Approach to a Multi-Dimensional Problem. Nova Iorque: Kluwer/Plenum, 199-206.